O começo desse movimento

Em fevereiro de 2009 um dos integrantes desta Comissão recebeu uma intimação do MPF, sobre irregularidades em obra realizada na Av. Desembargador Hermydio Figueira, no Aterrado, as margens do Rio Paraíba do Sul. Na época pensou que fosse um ato isolado, porém com o decorrer do tempo foi encontrando inúmeras outras pessoas que também haviam sido intimadas. Resolveu então reunir estas pessoas num grupo por ter a consciência da gravidade do problema e por acreditar que a união dos envolvidos contribuiria muito para encontrar-se uma solução satisfatória para todos.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

População ribeirinha também está ameaçada

Publicado no DIÁRIO DO VALE, dia 14/12/2010.
O presidente da Arisul (Associação dos Ribeirinhos do Sul Fluminense), Eduardo Aparecido Silveira da Cruz, revelou que não é apenas a população dos bairros Aterrado e Nossa Senhora das Graças que pode ter problemas com a SPU (Superintendência do Patrimônio da União). Ele relatou que o órgão federal está realizando estudos por todo o país e que as áreas consideradas da União não são apenas as que estão próximas ao Rio Paraíba do Sul, mas também o entorno de todos os riachos de Volta Redonda.

- Toda área que margeia rios é da União, eles consideram área de alagamento. Não é só a região do Aterrado, mas toda área cortada pelo Paraíba. E pior: não é apenas a área que margeia o Rio Paraíba do Sul, mas os riachos da cidade também - declarou, lembrando que, brevemente, outros municípios brasileiros serão afetados.

"A SPU vem através da empresa terceirizada Aerocartas, tira foto das casas e faz um censo do local. Isso está acontecendo no Brasil inteiro, a Aerocartas está fazendo o levantamento em toda área litorânea".

Eduardo ainda criticou o fato que tanto os posseiros quanto os que têm escritura terem que pagar a mesma taxa.

- Como é decretado que o território é da União, deve ser paga a taxa para habitá-lo. Os posseiros pagam uma taxa de ocupação. Os que têm escritura são considerados foreiros, mas devem pagar a mesma taxa porque são considerados cientes que habitam em área da União - desabafou.

Para ele, não há motivos para que a responsabilidade pela área não seja passada para o município, já que muitas cidades lançaram mão deste artifício.

- Em alguns municípios a União passou a área para a prefeitura. Nesse caso, a prefeitura faria um termo de conduta para a população que margeia o Rio. Isso é antigo, a cidade Jacareí, por exemplo, já fez há muitos anos. Poderia muito bem fazer isso aqui - sugeriu.
Desocupação
Eduardo tomou conhecimento da questão através de outro problema que a população ribeirinha vem enfrentando. Como o DIÁRIO DO VALE já havia noticiado em novembro, além das correspondências da SPU sobre o pagamento das taxas, os ribeirinhos têm recebido cartas do Ministério Público Federal (MPF), que tenta fazer cumprir uma lei brasileira que estabelece um limite mínimo da margem para a área a ser ocupada.

- A lei federal e suas alterações dão limite mínimo de 100 metros da margem, que vem sendo ocupada e esquecida há anos. Agora a procuradoria exige que a lei seja cumprida. Só em Volta Redonda tem os bairros São Luís, Dom Bosco, Barreira Cravo, Parque das Ilhas, Voldac. Como essas famílias vão ficar? É de propriedade da União, mas eles foram omissos porque deixaram se instalar nesses locais - resgatou.

O presidente da Arisul explicou que o MPF está intimando os moradores das regiões afetadas pela lei em questão a abandonar suas casas. Eles devem assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) através do qual recebem um licenciamento para ficar na área por mais um ano, mas devem fazer o replantio da área desmatada, ou seja, exatamente o local em que moram.

- O MPF está intimando donos de residências, empresas e comércios a sair da beira do Rio Paraíba do Sul e está mandando as cartas pedindo para assinarmos o TAC. Se eu disser sim e assinar, ele me dá o licenciamento por um ano, mas sou obrigado a sair - explicou.

Ele acrescentou ainda que as correspondências do MPF estão baseadas no cadastro que vem sendo feito pela SPU através da Aerocartas. Ou seja, ao assinar o cadastro da SPU, o grupo não apenas é obrigado a pagar a taxa de ocupação da SPU por estar em terras da União, como ainda pode ser obrigado a abandonar a área por estar a menos de 100 metros do rio, já que as informações estão contidas no mesmo cadastro.

- Nós não pretendemos assinar o cadastro da SPU porque não podemos produzir provas contra nós mesmos. E não faz diferença para nós pagar a taxa da SPU, porque mesmo pagando a taxa vamos ter que sair - frisou.

A primeira atitude tomada pela associação ao receber as cartas do MPF, segundo o presidente, foi convocar a população para uma audiência pública para conscientizá-los sobre o assunto. A reunião aconteceu em novembro, na Câmara Municipal de Volta Redonda. Em seguida, a entidade procurou autoridades políticas, como vereadores, prefeito e senadores em busca de uma solução que seria apresentada em uma nova audiência pública em janeiro de 2011.

Segundo ele, como as correspondências do MPF continuaram a chegar e as do SPU também, a Arisul decidiu propor um acordo que pudesse resolver os dois problemas, da melhor maneira possível para a população ribeirinha. Ele disse ainda que o acordo pode ser feito na própria audiência pública, desde que alguma autoridade da SPU esteja presente.

- A Arisul está incentivando os moradores e associados a não assinarem o cadastramento da SPU até que um membro da Superintendência venha falar com o Executivo, Legislativo e opinião pública presente. Pretendemos pagar a taxa de ocupação da SPU, mas só vamos pagar mediante a formalização de que a gente pode ficar na área - afirmou Eduardo.

O presidente da Arisul informou que uma nova audiência pública para tratar do assunto deve acontecer no dia 18 de janeiro, também na Câmara de Volta Redonda.

OBS: Caros amigos, só quero fazer uma ressalva sobre esta entrevista, em nenhum momento falei que o MPF, usará o cadastro do SPU para fazer futuras intimações ,  que disse de fato, que poderá pedir ao SPU, e creio que isso será de certa maneira muito facil, mas o restante é de grande valia para alertar a população do que esta acontecendo, peço que reenvie esta reportagem a quem houver interece, um grande abraço a todos, e desde ja desejo um ótimo final de ano a todos e que o ano de  2011, seja um ano de realizações e projetos construidos, e que nossas autoridades olhem com carinho o sofrimento da população..sem mais Pr. Eduardo Cruz( Presidente da ARISUL)

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